CORPOS INVISÍVEIS: ENTRE A DOR E A POTÊNCIA
Resumo
O que farei aqui é rememorar a dor, mas também o afeto, as imagens poéticas que me curam a carne passando entre suas fissuras e sucos. O sangue que corre vermelho, mas também de tantas outras cores. Um cinema que me cura das dores que nunca se curam. Essa arte de transformar dor em imagem e palavra. Meus processos artísticos, muitas vezes, nasceram da dor, uma dor que é tantas vezes do indivíduo, do sujeito, mas também coletiva. Uma dor que é minha e nossa. É possível que este memorial não seja sobre memórias do meu processo artístico. Talvez, tudo aqui não seja da ordem da linguagem, da ordem do contar. É sobre sentir. É sobre feridas que não se curam, é sobre medos, anseios, sobre um mundo que me contaram tão injusto que foi preciso a arte para me curar. Talvez, a arte
tenha me salvado. Essa arte de aquilombar-se entre outras mulheres. Nasce daí, o documentário Corpos Invisíveis, sobre a invisibilidade dos corpos negros femininos na cidade, na vida social. Ambas as obras, o memorial e o filme, não querem provocar apenas reflexões, mas afetos.
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